
Um novo estudo da Escola de Saúde Pública T.H. Chan da Universidade de Harvard descobriu que ingestões mais elevadas de ferro heme, um tipo de ferro encontrado na carne vermelha e em outros produtos de origem animal, podem aumentar significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2. De acordo com o estudo, indivíduos que consumiram maior quantidade de ferro heme apresentaram um risco 26% maior de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com aqueles que consumiram menos.
A pesquisa, publicada na revista Nature Metabolism, destaca os potenciais perigos das dietas que enfatizam a carne vermelha. O estudo sugere que o ferro heme desempenha um papel substancial no aumento do risco de diabetes tipo 2. Os pesquisadores também levantaram preocupações sobre a adição de ferro heme em alternativas de carne à base de plantas, que são projetadas para imitar o sabor e a textura da carne real, mas que podem acarretar riscos à saúde semelhantes.
O estudo analisou quase quatro décadas de dados dos estudos Nurses’ Health Studies I e II e do Health Professionals Follow-up Study. Essa revisão abrangente incluiu relatos de 206.615 adultos e examinou todas as formas de ingestão de ferro, tanto de alimentos quanto de suplementos, e sua ligação com o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Implicações Metabólicas
Em um subconjunto menor de participantes, os pesquisadores examinaram os níveis de biomarcadores metabólicos no plasma sanguíneo, incluindo insulina, lipídios, glicose no sangue, inflamação e sobrecarga de ferro. Identificaram 12 metabólitos no sangue—pequenas moléculas produzidas durante o metabolismo—que podem estar envolvidos na relação entre a ingestão de ferro heme e o aumento do risco de diabetes tipo 2.
O estudo descobriu que a alta ingestão de ferro heme estava associada a biomarcadores metabólicos ligados ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, bem como a níveis mais baixos de marcadores benéficos.
Limitações e Considerações
Embora o estudo forneça evidências contundentes dos riscos associados à alta ingestão de ferro heme, os pesquisadores observam várias limitações. O estudo não considerou todos os possíveis fatores de confusão, e pode haver algum erro de medição. Além disso, os participantes eram predominantemente brancos, portanto, os resultados podem não ser generalizáveis para outros grupos raciais e étnicos.
A Ligação Entre Dietas Ricas em Carne e Diabetes Tipo 2
Dietas ricas em carne, como as dietas paleolítica e cetogênica, tornaram-se populares devido ao seu alto teor de proteínas. No entanto, especialistas de saúde têm expressado preocupações sobre os riscos à saúde a longo prazo dessas dietas. Segundo o Dr. Matthew O’Brien, professor associado de medicina e medicina preventiva na Northwestern University, muitas dietas ricas em carne e baixas em carboidratos têm sido associadas ao aumento do risco de diabetes tipo 2.
Melanie Murphy Richter, nutricionista e dietista certificada, também apontou que o aumento da popularidade das dietas baseadas em carne é impulsionado por fatores como a demonização dos carboidratos e o acesso desigual a alimentos à base de plantas. Richter explicou que consumir proteína animal ativa um fator de crescimento chamado mTOR, que, quando hiperativado na idade adulta, pode acelerar a degeneração celular.

As Dietas à Base de Plantas São a Solução?
Especialistas como o Dr. O’Brien defendem dietas à base de plantas, que têm mostrado reduzir o risco de doenças crônicas, incluindo diabetes e problemas cardiovasculares. A dieta mediterrânea, em particular, tem sido amplamente estudada e baseia-se em uma abordagem centrada em plantas, incorporando aves, peixes, ovos, queijo e iogurte com moderação.
Richter também apoia uma dieta à base de plantas, enfatizando seu potencial para reduzir o risco de doenças crônicas e certos tipos de câncer. No entanto, ela alerta que nem todas as alternativas de carne à base de plantas são saudáveis, especialmente aquelas com adição de ferro heme e ingredientes processados.
As descobertas deste estudo sugerem que a redução do consumo de carne vermelha e o enfoque em uma dieta à base de plantas podem ser uma abordagem prudente para reduzir o risco de diabetes tipo 2 e melhorar a saúde geral.
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